quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Juiz decreta preventiva de mais 5 acusados de receber propina

Da trinuna do norte

Diante da investigação estar sendo diligenciada em segredo de Justiça, o juiz da 2ª Vara Federal,  Mario Jambo, não adiantou os nomes das cinco pessoas que estão custodiadas na carceragem da Polícia Federal no bairro de Lagoa Nova, em Natal, mas, às 23h50 de ontem, decidiu converter em prisão preventiva, por 30 dias, a pedido do Ministério Público Federal, a prisão temporária de cinco dos sete acusados de envolvimento no desvio de R$ 2 milhões de recursos das obras de ampliação do lote 2 da BR-101.

O procurador da República, Ronaldo Pinheiro havia solicitado a prorrogação da prisão provisória por mais cinco dias ou então a conversão em prisão preventiva, a fim de que se pudesse concluir as investigações sobre o superfaturamento das obras da BR-101, no trecho entre Arês e a divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba. 

Como a imprensa já havia informado, estão presos na carceragem da PF, Luiz Henrique Maiolino de Mendonça, Frederico Eigenheer Neto, Andrev Yuri Barboza Fornaziere, Gilberto Ruggiero e Fernando Rocha. Quem também continua cumprindo prisão temporária é Gledson Golbery de Araújo Maia. Dentre os acusados, somente foi solto o empresário paranaense Túlio Gabriel de Carvalho Beltrão Filho, que conseguiu o relaxamento da prisão no mesmo dia 5.

A “Operação Via Ápia” que investiga desvio de recursos do Departamento  Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Norte foi deflagada na quarta-feira, dia 4, com a prisão em flagrante do  superintendente estadual adjunto, Gledson Maia, que depois foi convertida em prisão preventiva de 30 dias pela Justiça Federal. Maia foi acusado de receber R$ 50 mil em propina de um empresário do Paraná para facilitar a realização de serviços na ponte sobre o rio Açu, na BR-304.

Na sexta-feira, dia 5, a Polícia Federal também prendeu o  superintendente Fernando Rocha Silveira e outras quatro pessoas supostamente envolvidas no superfaturamento das obras de ampliação da BR-101, um trecho de 32,5 km entre Arês e a divisa RN/PB, inclusive representantes do consórcio responsável pela obra –Constran/Construcap/Galvão   Engenharia.

Todos os mandatos de prisão foram expedidos pelo juiz federal Mário Jambo  e cumpridos pelo delegado da Polícia Federal, Caio Marques.

Na coletiva à imprensa realizada na manhã do dia 5, o superintendente da PF, Marcelo Mosele, o procurador da República, Ronaldo Pinheiro e o chefe da Controladoria Geral da União no Rio Grande do Norte, Moacir Rodrigues de Oliveira, disseram que os envolvidos são suspeitos os seguintes crimes: formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa e crimes contra a lei de licitações.

A “Operação Via Ápia” foi deflagrada depois de seis meses de investigação, mas já havia um inquérito em aberto desde 2009, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) começou a auditar indícios de superfaturamento no lote 2 da obra da BR-101.

Ontem, o procurador da República Ronaldo Pinheiro e o delegado Caio Marques passaram a tarde e parte da noite analisando o material apreendido durante o cumprimento dos nove mandados de busca e apreensão, um dos quais cumpridos em Pernambuco,  e o restante na sede do Dnit, na avenida Bernardo Vieira, em Lagoa Seca, Natal, em frente ao Shopping Midway Mall.

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