domingo, 14 de novembro de 2010

Brasil cai diante da Rússia e vê sonho do Mundial bater na trave outra vez

Parecia um roteiro perfeito. Campanha invicta, oportunidade de revanche. A tensão trazia à tona erros do passado, mas as motivava. O fantasma, quatro anos depois, já não assustava tanto. Estavam prontas. As brasileiras, campeãs olímpicas, brilharam durante todo o campeonato, porém tropeçaram quando não havia mais espaço para erros. Com grande atuação da gigante Ganova e uma vitória novamente no tie-break (21/25, 25/17, 20/25, 25/14 e 15/11), a Rússia destruiu o sonho da façanha inédita e conquistou o Mundial do Japão. Segundo título consecutivo, sétimo na história do vôlei russo. O filme se repete, e o Brasil sai de cena, sob lágrimas.
O Brasil se despede do Japão com uma campanha de dez vitórias em 11 jogos e dez sets perdidos. E a Rússia chega a um recorde no Mundial: nunca uma seleção conseguiu fazer campanha invicta, com 11 triunfos. Cuba (1994), Japão (1974) e União Soviética (1956) tinham dez.
- Estou triste pela derrota, mas feliz com o que a equipe apresentou. Foi um pecado. A gente sai de cabeça erguida - disse o técnico brasileiro, José Roberto Guimarães.
Brasil começa avassalador
Parecia que seria o dia do Brasil. Logo no primeiro set, a seleção mostrou um volume de jogo arrasador, com defesa bem posicionada. Natália virava todas as bolas pela entrada de rede. As russas não podiam acreditar no que viam. Do alto de seus 2,02m, Gamova - que foi a maior pontuadora do jogo, com 35 acertos – voava e parava nas mãos do bloqueio de Fabiana ou de Jaqueline no fundo. No placar, a vantagem era de 10/3.

O ritmo foi tão avassalador que teve que diminuir. Depois de três erros do ataque brasileiro, a Rússia começou a gostar do jogo. Gamova virou duas bolas, e as europeias encostaram  (14/13). Sassá foi para o saque e dificultou o passe das adversárias. Em seguida, porém, virou alvo. A ponteira foi a direção do saque de Kosheleva e não conseguiu recepcionar bem. Foram quatro pontos seguidos das russas. Sheilla, maior pontuadora do time no jogo, com 26 acertos, assumiu a responsabilidade e quebrou a sequência da levantadora.

A partir desse momento, o Brasil voltou a brilhar em quadra. Com orientação de Zé Roberto, que gritou “Vai para a esquerda”, Jaqueline sacou em Makhno e conseguiu um ace. Depois, defendeu um belo ataque de Gamova e deu origem ao 24° ponto. Sheilla veio em seguida e passou pela gigante no bloqueio para fechar o set em 25/21.

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