sábado, 11 de fevereiro de 2012

Carnaval de Salvador



O Carnaval de Salvador é a maior festa de participação popular do planeta. Criado e mantido pelo povo, trata-se de uma manifestação espontânea e livre, onde o carnal, o lúdico e o físico se misturam com a emoção e a ginga dos baianos que conseguem renovar a folia a cada ano.
O som eletrizante do trio é a deixa para que nos três circuitos – Osmar (Campo Grande), Dodô (Barra-Ondina) e Batatinha (Centro Histórico) – tenha uma verdadeira explosão de alegria. Os blocos afro, com seus tambores e o som orientalizado dos afoxés, são um contraponto para essa festa plural, por ser rica de ritmos, estilos e manifestações artísticas e, ao mesmo tempo, singular, por ser única.
O Carnaval de Salvador atrai multidões. São mais de 2 milhões de foliões baianos e turistas e cerca de 223 entidades (28 afoxés, 65 afros, 13 alternativos, 36 blocos de trio, seis percussão/sopro, três especiais, três de índios, sete infantis, 20 de percussão, 31 de samba e 11 de travestidos) cadastradas na Empresa Salvador Turismo (Saltur) que organiza a festa.

A Cidade do Carnaval ocupa uma área de 25 quilômetros de avenidas, ruas e praças de Salvador, abrigando camarotes, arquibancadas, postos de saúde, postos policiais, além de toda uma infraestrutura especial montada pelos diversos órgãos municipais, estaduais e federais. Nos seis dias, como nos remete a própria marca da festa, “O coração do mundo bate aqui”, Salvador recebe gente de todo o estado da Bahia, do país e dos quatro cantos do mundo que se unem numa mesma emoção.
Em 2012, a folia baiana faz uma homenagem ao centenário do escritor baiano Jorge Amado e começa oficialmente no dia 16 de fevereiro (quinta-feira), na Praça Municipal (Praça Thomé de Souza), onde o prefeito João Henrique entrega as chaves da cidade ao Rei Momo, rainha e princesas.

Assembleia termina e PMs decidem encerrar greve na Bahia


Reunião ocorreu no fim da tarde deste sábado, após 12 dias de paralisação.
Manifestante disse que movimento acabou 'pelo bem da sociedade'.


Em assembleia realizada no fim da tarde deste sábado (11), policiais militares decidiram encerrar a greve na Bahia, que já completava 12 dias. A desarticulação total do movimento acontece a cinco dias do início do carnaval de Salvador. O grupo que participou do encontro havia insistido na manutenção da greve mesmo após desocupação da Assembleia Legislativa e da convocação oficial do governo do estado para o retorno imediato ao trabalho.
Na saída, manifestantes cantavam em coro "A PM voltou" e a maioria não quis conversar com a imprensa. Um deles disse que a "greve acabou pelo bem da sociedade". Segundo PMs, cerca de 300 pessoas participaram da reunião, entre policiais e familiares.
A decisão na noite deste sábado contou com a mediação do capitão Tadeu Fernandes, da Polícia Militar. Segundo ele, o principal argumento utilizado com os líderes do movimento foi a garantia dada pelo governo de não aplicar punições administrativas aos policiais que não retornaram ao trabalho. "Os líderes estavam querendo resolver essa questão. Eu fui apenas um mediador. Fui chamado para conversar com o comandante [coronel Alfredo Castro] e com os grevistas. Enquanto não conversasse com os líderes aqui, não teria solução", disse ao G1.
O policial militar Ivan Leite, que representava a categoria em greve, disse que a garantia de não haver punição administrativa foi fundamental. "As negociações continuam, mas ninguém estava ganhando com essa paralisação. Vamos parar por nossos irmãos baianos. Não é por causa do carnaval. Vamos fazer policiamento desde agora", declarou.
Após a assembleia, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, e o secretário de Comunicação do Estado, Robson Almeida, receberam a imprensa para fazer comunicado oficial sobre a manutenção da proposta do governo com relação ao reajuste de 6,5% e o pagamento escalonado das gratificações.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Governo registra 56 mortes desde o anúncio da greve de PMs na Bahia


Primeiro registro de homicídio foi feito depois das 21h de terça-feira (31).
43 homicídios ocorreram em Salvador; outros 13 na Região Metropolitana.


O balanço da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) revela que 56 pessoas foram mortas das 21h de terça-feira (31), dia em que foi decretada a greve por parte dos policiais militares, até as 18h30 deste sábado (4). O dia que somou maior número de mortes foi nesta sexta-feira (3), com 31 registros. Outras 14 mortes foram registradas nesta quinta-feira (2).
Ainda segundo a secretaria, 43 homicídios foram cometidos em Salvador. Outros 13 foram registrados na Região Metropolitana de Salvador.
Carros de polícia recuperados
secretaria recuperou, na tarde deste sábado, 16 carros oficiais que estavam em poder de policiais militares grevistas, na Assembleia Legislativa, em Salvador. Os manifestantes são filiados à Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra).
Os mandados de reintegração de posse foram expedidos na manhã deste sábado (4) e cumpridos pela Polícia Militar. Os veículos foram levados para o Departamento de Apoio Logísticos. Alguns estão com pneus furados. Não houve resistência por parte dos manifestantes.
Negociações
Segundo o governador da Bahia, Jaques Wagner, os praças da PM baiana já acumulam, em cinco anos de governo, perto de 60% de reajuste, o que representa um ganho real de cerca de 35%. "Este ano, quando nem todos os governadores e nem o governo federal garantiram o reajuste linear igual ao da inflação do ano passado, nós já garantimos na Bahia um reajuste de 6,5%", disse ele em entrevista coletiva neste sábado.
O presidente da Aspra, Marco Prisco, que mobiliza o movimento, informa que não abre mão de dois itens da pauta de reivindicação: a anistia criminal dos policiais militares que participam da greve e o pagamento da Gratificação por Atividade de Polícia (GAP) V.
Os demais pontos, como o pagamento da GAP IV e a regulamentação de remuneração fruto de auxílio acidente, além de periculosidade, insalubridade, criações do código de ética e do plano de cargos e salários, segundo ele, devem ser ser negociados por uma comissão de diálogo permanente com o governo.
Grevistas
Ainda na sexta-feira a sede da Aspra foi fechada por ordem judicial. A entidade representa os policiais filiados que aderiram à greve da corporação na Bahia.
O oficial de Justiça não encontrou resistência, porque o local estava vazio. A Aspra situada na Rua da Forca, bairro da Piedade, em Salvador. A determinação judicial foi autorizada pela juíza Janete Fadul de Oliveira, após pedido feito pelo Ministério Público, e impede a realização de assembleias e reuniões no local.

Dirigentes da Aspra e policiais estão há quatro dias acampados na sede da Assembleia Legislativa, localizada no Centro Administrativo da Bahia, no bairro de Sussuarana. A entidade reinvindica o cumprimento do pagamento da Gratificação por Atividade de Polícia (GAP) IV e V, que iriam compor a remuneração dos policiais, chamada de soldo, além de regulamentação do pagamento de auxílio acidente, periculosidade e insalubridade.

O comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, diz que a corporação não reconhece a Aspra como entidade de classe e que há a rotina de reuniões semanais para tratar exclusivamente da inserção dos benefícios garantidos pendentes na remuneração dos servidores. "Estamos desde novembro [de 2011] fazendo um canal entre as associações que representam legitimamente os nossos integrantes com discussões que nos levam a um diálogo com o governo. Estamos bem avançados. Não reconhecemos a Aspra como representante legal da classe e, por terror, ele promove esse momento na comunidade baiana", avalia.

Pronunciamento do governador
O governador da Bahia, Jaques Wagner, tentou tranquilizar a população do estado em cerca de três minutos de pronunciamento oficial, transmitido pelas emissoras de rádio e TV por volta das 20h15 desta sexta-feira (3). Ele reafirmou a “intranquilidade” vivida nos últimos quatro dias, que tem resultado no fechamento antecipado do comércioviolência na rotina do trânsitocontra a população. “Estamos tomando providências para conter ações de um grupo de polícia usando métodos condenáveis e difundindo o medo na população, causando desordem”, afirma.

Presença de ministro
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deve viajar para Salvador no sábado (4)para participar das definições estratégicas para combater a violência e insegurança decorrentes da greve parcial dos policiais militares no estado, segundo a assessoria do governo da Bahia.

A previsão é que o ministro desembarque na Base Aérea da capital, às 10h, em companhia do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, e da secretária Nacional da Segurança Pública (Senasp), Regina Miki. A comitiva nacional será recebida pelo governador Jaques Wagner, pelo comandante da 6ª Região Militar, general G. Dias, além do secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa.

greve de parte dos PMs foi decretada na noite de terça-feira (31). A Secretaria de Segurança Pública estima que 1/3 do efetivo total, de 31 mil, esteja parado. Os policiais grevistas são vinculados à Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), que organiza a mobilização, e desobedecem ordem judicial que determina retomada às atividades.
eforço militar
Mais 144 soldados do Exército, deslocados de Recife (PE), desembarcaram no fim da tarde desta sexta-feira (3) no Aeroporto Internacional de Salvador para reforçar a segurança da capital baiana em meio à greve de parte dos policiais militares. Do aeroporto, eles seguem para realizar patrulhamento nas regiões da Paralela e Iguatemi, abarcando a Avenida ACM. Ao total, são 144 soldados do 4° Batalhão do Exército de Recife, diz o governo do estado.
capital foi definida durante reunião ocorrida nesta tarde entre comandantes e chefes de segurança pública, com representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, além da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), informou o tenente-comandante Cunha, oficial de comunicação da Região Militar.
"A reunião foi feita no sentido de integrarmos as ações das diversas forças em áreas de Salvador. O objetivo é garantir a seguraça e integridade das pessoas e do patrimônio, além do direito de ir e vir do cidadão", afirma o tenente.
Atualmente, 800 militares do Exército brasileiro, além de 150 oficiais da Força de Segurança Nacional, estão na capital baiana. A previsão é de que mais 1.500 soldados do Exército cheguem em Salvador ainda nesta noite.
"Tem uma tropa da Brigada Paraquedista do Rio de Janeiro, com experiência no combate no Haiti e Complexo do Alemão [favela fluminense]. Eles vão atuar na orla, no trecho compreendido entre a Barra e a Pituba", diz o tenente Cunha.
Militares de Aracaju, Recife, Garanhuns, João Pessoa e Maceió também estão a caminho de Salvador. "Os oficiais de Aracaju vão atuar na região do Comércio e Sete Portas, a equipe do 2° Distrito Naval ficará responsável pela área de portos; e a Força de Segurança Nacional próxima ao aeroporto", relata.