sábado, 27 de novembro de 2010

Mantega: Cortes de 2011 vão podar investimentos

Do Josias de Souza
Mantido por Dilma Rousseff na Fazenda, Guido Mantega já encomendou estudos sobre os cortes de gastos que serão feitos em 2011.
O tamanho do talho será dimensionado pelo Tesouro Nacional e pelo Ministério do Planejamento.
Mantega admite, desde logo, que a faca pode alcançar, além das despesas correntes, os investimentos.
Explicou que os projetos que já estão em curso “terão prioridade”. Mas investimentos “que ainda não começaram podem ser postergados um pouco”.
Mantega falou aos repórteres Claudia Safatle, Luciana Otoni e Fernando Travaglini. Veiculada pelo jornal Valor, a conversa foi reproduzida no sítio da Fazenda.
Mantega atribuiu à crise financeira global a política de cofres abertos que patrocinou nos dois últimos anos da era Lula.

Disse que 2009 e 2010 foram anos “de recomposição da economia perante a crise”. O governo, segundo ele, teve de fazer “o que o setor privado não está fazendo”.
“Aí você gasta mais, dá subsídios, estimula mais o investimento”. Os ventos mudaram, diz o minisdtro.
“Agora é o momento de reequilibrar essa dinâmica, porque a economia já recuperou o fôlego, já está com seu dinamismo restabelecido”.
Mantega repisou o discurso que se opõe à aprovação, no Congresso, de projetos que criam despesas novas.
Em relação ao Judiciário, disse que só há previsão orçamentária para a correção dos salários da “alta magistratura”, ou seja, os ministros do STF.
E quanto aos salários do funcionalismo do Poder Judiciário? “Não está na proposta do Orçamento [de 2001]”, diz Mantega. “Não acredito que o Congresso fará mudança”.
Tampouco há previsão para cobrir os R$ 43 bilhões que custariam a aprovação do projeto que cria um piso salarial para policiais militares e bombeiros.
A despeito do movimento suprapartidário que reivindica a aprovação do projeto, Mantega declara: “Não acredito que passe, acho que há uma conscientização”.
Ele acrescenta que a encrenca não atazana apenas a União. “Afeta principalmente os Estados e os municípios. E vai ter Estado que vai quebrar”.
Sobre a hipótese de o Banco Central elevar os juros para conter a inflação, puxada para cima sobretudo pela carestia dos alimentos, Mantega afirmou:
“Olha, se o Banco Central achar que tem que aumentar, ele vai aumentar. Não vou me opor…”
“…Mesmo porque não tenho esse poder de decisão. É o Copom [Comitê dee Política Monetária do BC] que toma essa decisão”.

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