segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Garibaldi já pavimenta candidatura do filho Waltinho para prefeito de Natal

Blog do Diógenes

A política do Rio Grande do Norte sempre foi marcada pelos fidalgos - os nobres filhos de alguém poderoso. Um sobrenome forte na política foi, é e continuará sendo algo fundamental para qualquer um que deseja abraçar uma carreira política aqui no estado.

O PMDB e o DEM - antigo PFL - são exemplos clássicos desta constatação. O PMDB é dos Alves e o DEM é dos Maias.

Vejamos o caso do PMDB, uma das maiores e tradicionais legendas do Rio Grande do Norte. O partido que teve o primeiro prefeito eleito da capital após o regime militar - Garibaldi Filho - passou as quatro últimas eleições sem candidatura própria.

O fenômeno ocorreu após duas derrotas do hoje poderosíssimo Henrique Eduardo Alves a prefeito da capital e depois que Garibaldi Alves Filho conquistou cargos mais altos na política estadual - o de senador e o de governador.

Sempre girando em torno dos projetos individuais dos primos, o PMDB de Natal parou no tempo. Até o último pleito na capital, não interessou a Henrique nem a Garibaldi lançar candidatura própria do partido. Até ensaiou com o vereador Hermano Morais, mas o pobre ficou pendurado no pincel.

Por conta disso, o PMDB da capital foi minguando, se esfacelando, se reduzindo, se apequenando.

Eis que agora, terminada a eleição geral deste ano, Garibaldi Filho e Henrique Eduardo declaram à imprensa que o PMDB vai ter, sim, candidato próprio na próxima eleição de Natal. Eles não revelaram tudo, não. Vão guardar o nome do candidato por um tempo, mas ando desconfiado que Garibaldi Filho já pavimenta o nome do filho, deputado Walter Alves, o Waltinho. Nada mais legítimo, porque o rapaz já faz parte da cena política estadual e é a cópia do pai.

Se confirmada a candidatura de Waltinho, pule de dez para muita gente, reforça-se a tese de que os caciques só cuidam de suas famílias. A eleição no Rio Grande do Norte leva em conta mais o DNA dos postulantes do que os eventuais compromissos partidários.

Foi com essa estratégia - a de não abrir espaço para sobrenomes diferentes - que o PMDB dos Alves passou quase duas décadas sem candidato em Natal. Ao longo do tempo figuras como Edivan Martins, Wober Júnior, Renato Dantas, Carlos Eduardo Alves (um Alves!) e Hermano Morais tiveram suas candidaturas descartadas pelo PMDB em Natal para não atrapalhar os acordos de cúpula de Henrique Eduardo e Garibaldi Filho.

Agora, não. O nome de Waltinho soa como música na família Alves ligada a Henrique e a Garibaldi.

Já a banda de Agnelo Alves gostaria de ver a união da família em torno de Carlos Eduardo. Mas nessa hora Carlos Eduardo é mais Nunes do que Alves.

Portanto, anotem: o jogo de 2012 para o PMDB começou e o senador Garibaldi Filho já está construindo o discurso para apresentar Waltinho como candidato a prefeito de Natal.

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